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VÍDEO: Levantamento aponta que 83% dos consumidores inadimplentes são reincidentes

Deixar de pagar as dívidas foi um dos momentos mais difíceis para o vendedor Cícero Joaquim Lima Crispin, dono de uma banca de café próxima a uma estação de trem na Grande São Paulo.

Deixar de pagar as dívidas foi um dos momentos mais difíceis para o vendedor Cícero Joaquim Lima Crispin, dono de uma banca de café próxima a uma estação de trem na Grande São Paulo. Durante a pandemia, o movimento praticamente desapareceu e, com ele, a capacidade de manter as contas em dia. “É tudo de ruim que você pode imaginar. Primeiro você não consegue dormir, se alimentar. A comunicação com as pessoas fica totalmente transformada. Você fica com o estresse a mil”, relata.

A situação de Cícero reflete a de milhões de brasileiros que viram suas finanças saírem do controle nos últimos anos. O zelador Agnaldo Guedes, outro entrevistado, contou que também enfrentou dificuldades após se enrolar com compras feitas no cartão de crédito. “As dívidas saíram do controle e as consequências também. Às vezes tinha desentendimento familiar, ficava chateado, ansioso”, lembra.

Após muito esforço, vendendo café e bolos, Cícero conseguiu quitar suas dívidas. A experiência, no entanto, deixou marcas emocionais profundas. Especialistas alertam que o endividamento não afeta apenas a saúde financeira, mas também a mental, sendo causa frequente de estresse, ansiedade e conflitos familiares. “Vamos pensar que a pessoa tem um salário líquido de R$ 2.000, sendo que tem como despesas R$ 1.600, isso sem contar o que ela pode estar devendo. Então sobrou R$ 400, o que significa que a parcela de toda negociação dessa pessoa tem que ser até R$ 400”, disse a planejadora financeira Mara Bernardes. “O que acontece é que a pessoa fica pressionada pelo banco, pela empresa de cobrança. Isso faz com que a pessoa queira limpar o nome a qualquer custo”, conclui.

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