Cada vez mais pessoas têm escolhido o Espírito Santo como novo lar. Casos como o do trainee, Nicholas Gonçalves, natural do Rio de Janeiro, e Gabriel Rodriguez, de São Paulo, ilustram esse movimento migratório. Ambos decidiram se mudar para o estado em busca de mais qualidade de vida e oportunidades. Nicolas chegou à capital capixaba em abril de 2024, motivado por uma proposta de trabalho. Gabriel, por sua vez, retornou com a família a Vila Velha para se reaproximar das raízes.
“A gente brinca que é como você estar numa cidade grande com a energia de cidade do interior, porque como tem toda proporção de uma Capital, mas mesmo assim é pequena e com uma população de onde todo mundo se conhece acaba sendo uma outra dinâmica e você sente esse impacto”, comenta Nicolas, sobre o contraste entre Vitória e a capital fluminense. Já Gabriel destaca o conforto e a proximidade com a praia como fatores que influenciaram sua decisão. “Meu pai, por conta de trabalho, acabou morando por muito tempo em Sorocaba, onde eu nasci. E a gente acabou voltando para se reaproximar com a família, além de ser uma cidade mais confortável e que fica perto da praia”.
De acordo com dados do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o Espírito Santo recebeu mais de 102 mil pessoas de outros estados nos últimos cinco anos, enquanto cerca de 75 mil capixabas deixaram o território no mesmo período. Com esse saldo migratório positivo, o estado se consolida como um polo de atração populacional.
O diretor-presidente do IJSN, Pablo Lira, explica que o perfil dos migrantes mudou ao longo dos anos. “A população que está vindo para cá é uma população mais na idade ativa, tipo 30 ou 59 anos. Diferente dos censos anteriores das décadas passadas que era uma população mais jovem em busca do primeiro emprego. Agora essa população que está vindo de outros estados é mais experiente”, afirmou.
As regiões da Grande Vitória, com destaque para Serra, Vila Velha e Guarapari, lideram o recebimento de novos moradores. Guarapari, em especial, atrai muitos migrantes mineiros, que conheceram a cidade durante as férias e optaram por se fixar no município após a aposentadoria.
Ainda segundo o IJSN, o Espírito Santo figura como o sétimo estado brasileiro que mais recebe população migrante. O levantamento também aponta que o estado é um dos que apresentam maior expectativa de vida ao nascer, ao lado de Santa Catarina, com média próxima dos 80 anos, um atrativo a mais para quem busca qualidade de vida.
Além da migração nacional, o Espírito Santo tem recebido imigrantes de países como Estados Unidos, Portugal e Itália, impulsionados por motivos diversos, como estudos, oportunidades de trabalho e laços familiares.
Apesar do início desafiador, a adaptação de Nicolas e Gabriel revela um processo de integração bem-sucedido. “No início foi complicado. Como tem essa energia de cidade do interior, as pessoas ainda são muito fechadas. E você vai aprendendo ao longo do tempo que é tudo uma questão de conquista, de uma abertura rápida”, relatou Nicholas. Já Gabriel destacou: “Eu acho que o capixaba tem essa fama de ser um pouco mais reservado só que não dá pra generalizar. Eu mesmo fui muito bem recebido”.
A migração para o Espírito Santo reflete não apenas o bom momento econômico do estado, mas também seu potencial como referência em qualidade de vida, segurança e infraestrutura. A movimentação populacional observada deve continuar influenciando a formulação de políticas públicas nos próximos anos.