Diagnosticado com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) pouco tempo após a infecção, o bailarino profissional Jon Diegues passou a tratar a condição com os medicamentos antirretrovirais conhecidos como coquetéis. Hoje, vive com carga viral indetectável, o que significa que, além de garantir qualidade de vida, ele não transmite o vírus — realidade que reforça a campanha “Indetectável = Intransmissível”.
“É como se o vírus estivesse adormecido dentro de mim. Descobri cedo e comecei o tratamento logo. Isso fez toda a diferença”, relata Jon. Apesar dos avanços no tratamento e no acesso à informação, ele afirma que o maior desafio ainda é o preconceito.
De acordo com o Índice de Estigma de Pessoas Vivendo com HIV, divulgado por uma rede de organizações que acolhem soropositivos, 53% das pessoas que vivem com HIV já sofreram algum tipo de discriminação em função da sorologia. Em serviços de saúde, 13,1% relataram ter sido tratados de forma discriminatória no último ano. E o preconceito, muitas vezes, parte de quem está mais próximo: mais de um terço dos entrevistados disse já ter sido rejeitado por familiares.
“Teve pessoas que abriram a sociorologia para familiares ou para amigos e não foram tão bem acolhidas. E quando a pessoa se abre e não é bem acolhida, ela se fecha novamente e aí não se abre mais”, apontou Gina Hermann, do movimento nacional Cidadãs Posithivas.
Diante desse cenário, instituições e entidades da sociedade civil trabalham para garantir os direitos das pessoas vivendo com HIV. A orientação é clara: buscar informação, apoio e denunciar violações. Canais como Defensorias Públicas, ONGs, delegacias e o próprio Judiciário estão disponíveis para garantir o acesso à justiça e o respeito aos direitos fundamentais.
“O HIV não é uma sentença. Não define ninguém. Ainda não tem cura, mas é tratável. Pode, inclusive, representar um recomeço. Uma oportunidade para se cuidar melhor e se amar mais”, conclui Jon.