O avanço da inteligência artificial (IA) tem transformado profundamente o modo como produzimos e consumimos informações, e também levantado dúvidas sobre o que é real ou falso no ambiente digital. Para esclarecer o tema, o engenheiro eletricista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Jadir Lucas, que ministra disciplinas sobre o mundo virtual e inteligência artificial, explicou como funcionam as tecnologias conhecidas como deepfake e IA generativa.
Segundo o professor, os deepfakes, vídeos e imagens manipulados digitalmente, se tornaram mais sofisticados com o uso da IA. “Já existia deepfake um pouco antes do IA, mas não era tão perfeito. Era preciso marcar as posições do rosto e tentar substituir o rosto de uma outra pessoa dentro de uma imagem já pronta. Agora, com as ferramentas de IA, isso ficou muito mais fácil e rápido de ser feito”, destaca.
Jadir explica que algoritmos avançados são capazes de criar ou alterar imagens e sons com alto grau de realismo, imitando a aparência e a voz de pessoas reais. Por isso, identificar falsificações digitais tem se tornado um desafio cada vez maior. “Nós temos que olhar o contexto e saber que aquilo é algo absurdo, que nunca aconteceria. Agora, se quisermos analisar o deepfake através do próprio vídeo, existem artefatos que podem aparecer em volta do rosto ou cabelo que é possível ver que aquilo não está encaixando, e que, portanto, não é real”, detalha.
Apesar das possibilidades criativas, o professor reforça a importância do uso responsável da tecnologia. “É necessário atenção aos detalhes e o uso de ferramentas de verificação. Saber diferenciar o que é real e o que foi criado por IA é fundamental para garantir segurança e evitar a propagação de desinformação”, conclui.
