A rotina da professora Clívia Martinez tem sido constantemente interrompida por ligações indesejadas. Ela conta que já perdeu as contas de quantos telefonemas recebe todos os dias. “São ligações de golpe, de telemarketing, oferecendo cartão de crédito, empréstimo consignado…”, relata.

Além de incômodas, essas chamadas têm atrapalhado até mesmo o trabalho da entrevistada. “Às vezes eu recebo uma ligação de número desconhecido. O normal seria ignorar, desligar, mas como tenho duas filhas, fico com medo de que tenha acontecido alguma emergência”, explica. Por isso, muitas vezes, ela acaba atendendo — apenas para descobrir que era mais uma oferta não solicitada.

O problema não é isolado. Milhares de brasileiros enfrentam situações semelhantes diariamente, mesmo com a existência de leis e ferramentas que permitem bloquear esse tipo de contato. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mantém o serviço “Não Me Perturbe”, onde é possível cadastrar o número para não receber ligações de empresas de telecomunicações e bancos. No entanto, o descumprimento das regras ainda é frequente, e novas estratégias de proteção ao consumidor seguem em debate.